Você deve estar sabendo que estamos vivendo uma grande transformação, não é mesmo?
Bem, transformação em todos os sentidos, desde a incorporação de novas tecnologias, modelos de negócio e de trabalho, bem como, a substituição do cardápio de atividades econômicas. O que fazia sentido há alguns anos, já não tem mais lógica em existir atualmente, do que dirá daqui algum tempo.
Alinhado com o nosso propósito, estamos estimulando organizações tradicionais à travessia que leva para a nova economia. Não, não queremos que a sua empresa se transforme em uma startup! Mas queremos que ela esteja alinhada com os novos conceitos do mercado, para permanecer competitiva.
Temos certeza de que aquelas organizações que não fizerem a travessia de modo adequado e ficarem ancoradas nos conceitos que regiam a economia, o marketing, a gestão e o comportamento do cliente no século XX estarão fadadas à estagnação e com a sobrevivência ameaçada.
E, uma das características é de que as organizações do futuro, aquelas que intitulamos, as da economia do século XXI, não ficam presas ao planejamento olhando para o seu histórico, tampouco querem saber como estavam no ano passado pois, tudo isso já não importa mais. Estas organizações estão abertas para o novo, para as incertezas e para a compreensão dos ambientes que podem se colocar à frente e como elas podem se adaptar rapidamente, principalmente, considerando os imprevistos.
Você deve concordar comigo que de nada adianta fazer o planejamento com base no histórico, no passado que é um cenário certo, não é mesmo? Em um de nossos posts das redes sociais publicamos uma imagem com muito significado para esta nossa fala: a motorista, ao olhar para o retrovisor, enxerga um ambiente limpo e claro. Ao deslocarmos os olhos para o para-brisa, enxergamos um cenário chuvoso, nebuloso e com vários riscos. E é assim. Esta imagem demonstra que as empresas do século XXI já perceberam que de nada adianta se basear em cenários que estiveram confortáveis. Elas compreendem que precisam lidar com a incerteza, os riscos e as imprevisibilidades.
Com base nisto, faço uma crítica particular aos movimentos e modelos da gestão que insistem em validar o que as organizações fizeram no passado. De nada adianta um reconhecimento a algo que não tenha garantias de que se aplique no futuro. Validar um padrão, uma certeza do passado, não faz com que a sua organização esteja preparada para as incertezas do ambiente futuro. Desta feita, o mercado está carente de mecanismos que possibilitem as empresas enfrentarem este novo mundo, o que denominamos mundo VUCA.
Eis que este novo ambiente competitivo, pautado não apenas pelos concorrentes ou grandes players, mas também pelas influências da tecnologia e mudanças de comportamento dos consumidores, requer que tenhamos um novo modelo mental. Precisamos trabalhar estas questões culturais em nossas organizações, a começar pela alta administração, liderança intermediária e demais colaboradores. Aproveite e veja nosso vídeo Mindset para a Economia 4.0.
Reforço este aspecto pois sei de casos em que adoção de um orçamento base zero, por exemplo, possui suas restrições, uma vez que pessoas tendem a ficar presas ao que gastaram ou receberam no ano anterior. Preferem agregar 10% a mais sobre o ano passado do que fazer uma projeção a partir de uma folha em branco, pelo menos para o próximo trimestre. Os resultados que alcançamos até agora não explicam os potenciais a serem alcançados amanhã.
Imagine você ou sua empresa sem uma de suas principais receitas no próximo ano. Como lidaria? O que teria que mudar? O que teria de cortar? Quais gastos caberiam no seu novo orçamento? O quão rápido você poderia atuar para construir seu novo dia a dia? Teria pensado um plano B? Teria alguma contingência para prever este risco?
Ora, ora.... talvez você faz parte daquele time que acredita, de forma otimista, que tudo vai dar certo. Eu também, prefiro esta posição ao invés daquela que imagina cenários que não funcionarão. Mas, convenhamos que segurança é diferente do que um estado de humor, não é mesmo? Mas, parece que o termo segurança é antagônico ao ambiente repleto de incertezas, não é mesmo? Você pode ser um fanático otimista, que acredita na sua capacidade de superar os desafios. Mas, isto não lhe dá o direito de não prever alguma possibilidade de desvio de rota e ter algumas respostas, caso ocorram, durante a jornada. Caso o seu percurso esteja impedido, terá uma rota alternativa?
Aliás, para finalizar, aquela pessoa que considera que tudo vai dar certo para o seu único plano, sem considerar as incertezas e riscos, pode ser um sujeito que está ancorado no passado, com seus valores enraizados no século XX. Mais do que nunca, iniciar os primeiros passos para o futuro, de forma desapegada de um plano único e ir se moldando ao que o ambiente apresentar, considerando as incertezas e riscos, é o que fará de você um gestor ou da sua organização, seres vivos que venceram a travessia.
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