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INUNDAÇÕES NO RS E OS IMPACTOS NA ECONOMIA



O Rio Grande do Sul vive uma situação de calamidade pública sem precedentes, causada por fortes cheias, como você já deve ter acompanhado nos últimos dias. Várias consequências já se apresentam como o aumento do custo de vida, perda de renda e emprego, crescimento da inflação e da taxa de juros.


As cheias do Rio Grande do Sul, ocasionadas por eventos climáticos extremos pode se transformar em um pesadelo para a economia brasileira?


O PROBLEMA DAS INUNDAÇÕES NO RS PARA A ECONOMIA


Desde o final do mês de abril o Rio Grande do Sul tem vivido algo que jamais foi visto na história do Brasil. Já se fala na maior catástrofe ambiental do Brasil. O RS tem 401 dos seus 497 municípios com algum relato de problema relacionado ao temporal, representando 80% dos municípios, com 1,4 milhão pessoas afetadas diretamente. Isso representa 13% da população levantada no censo do IBGE em 2022.


Municípios foram arrasados, instalações de empresas e casas foram lavadas embora pela água. Simplesmente desapareceram. Muitas cidades terão de se reerguer começando do nível abaixo do zero, pois carregam um prejuízo enorme.



A IMPORTÂNCIA DA ECONOMIA DO RS PARA O BRASIL


E por que esse assunto deve nos preocupar com a economia do Brasil? Quero saber a sua opinião. Será que as fortes chuvas e inundações no RS chegam a impactar a economia do país? Isso pode ter consequências na sua vida ou no desempenho da sua empresa, inclusive? Deixe sue comentário aqui abaixo deste artigo.


O Rio Grande do Sul é o 6º estado em grandeza de população, dentre as 27 unidades federativas. Possui o 5º maior PIB do Brasil, representando quase 6% do PIB nacional em 2023, estando atrás de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná. Boa parte da expansão econômica do estado em 2023 vem da agropecuária. O setor teve um aumento de 16,3% em seus negócios, valor acima, inclusive, da média nacional que ficou em 15,1%. O Estado é um forte exportador, sendo o 4º maior estado exportador do Brasil, com destaque para as exportações de produtos agrícolas e industrializados.



IMPACTO DAS CHUVAS


As chuvas que assolam o estado também impactaram o setor da agropecuária em 2023. Agora, as chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul já causaram R$ 423,8 milhões em prejuízos na agricultura. As cheias das águas simplesmente varreram muitas propriedades rurais, ou causaram deslizamentos, impactando na morte de milhares de animais.


Outro fator afetado foi a logística, onde deslizamentos de barreiras impediram o trânsito em mais de 170 pontos pelo Estado, bem como o rompimento de mais de 40 pontes, impedindo a logística, inclusive de alimentos para abastecer o agronegócio e a própria população. Para você ter uma ideia, a CEASA em Porto Alegre, local onde os alimentos são distribuídos, ficou tomada pela água, impossibilitando a sua operação e ainda gerando perdas com os alimentos que tinha em estoque.


Esse fator também limita significativamente o funcionamento daquelas empresas que ainda estão de pé, pois limitam o acesso dos trabalhadores aos seus empregos, bem como, a chegada de matéria-prima e despacho dos produtos produzidos, impactando como um todo a economia do Estado.


A economia do Rio Grande do Sul é fundamental para a economia brasileira. O estado é um importante produtor de alimentos, um polo industrial e um centro de serviços. A agricultura, a indústria e o setor de serviços do RS geram renda, empregos e contribuem para o desenvolvimento social e econômico do país. As cheias recentes causaram um impacto negativo significativo em toda a economia deste importante player na economia do país.


E agora algo que vai afetar diretamente o seu bolso: o arroz, a carne e o feijão. No caso do arroz, como o Rio Grande do Sul é o principal produtor do país, responsável por 70% da produção. O Rio Grande do Sul é um importante produtor de arroz e feijão para o país. Inclusive, o Brasil pode vir a importar arroz e feijão para lidar com prejuízos nas safras, pois as fortes chuvas influenciam a colheita e terão impacto na oferta do alimento para os consumidores, com consequente impacto nos preços. Os temporais têm o potencial de gerar perdas de 10% a 11% na produção de arroz do estado e um prejuízo de R$ 68 milhões aos agricultores da região. O que você acha do brasil importar estes insumos? Será que o preço vai ficar mais barato ou mais caro?


O preço do arroz, um dos principais itens na alimentação dos brasileiros, tem registrado aumentos significativos desde o ano de 2023. Após a elevação de preços em 2020, atribuída à pandemia, houve uma queda em 2021, seguida por novos aumentos em 2022. No entanto, os valores praticados permanecem como os mais elevados.


Conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de janeiro a dezembro de 2023, o arroz teve um aumento de 24,54% em comparação com o ano anterior, enquanto a média de preços dos alimentos da cesta básica teve uma redução de 0,52%. Um dos fatores para este aumento do preço são as condições climáticas.


Segundo o Instituto Brasileiro de Economia da FGV- fundação Getúlio Vargas , no acumulado do período de outubro de 2023 a março de 2024, o custo médio da cesta básica apresentou uma alta entre 11,4% a 22,7% nas oito capitais da pesquisa: Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Isso mostra que o custo de vida está ficando cada vez mais elevado.


INFLAÇÃO E ECONOMIA BRASILEIRA


Desde 2020, especialmente nos anos de 2021 e 2022, a inflação do Brasil chegou ao patamar de 12,13% ao ano. Desde então, tem apresentado uma curva de queda, chegando a 4,62% em 2023. E, em paralelo a essa queda da inflação está a queda da taxa de juros, a taxa Selic, que vem sendo reduzida paulatinamente pelo COPOM, o comitê de políticas monetárias do Banco Central, embora de maneira cautelar em observância à curva da inflação. Ainda muito alta, nos patamares dos 10,75% ao ano, o Brasil carrega uma carga de juros que trava a economia, o que se prova pela projeção do PIB, do produto Interno Bruto do Brasil estar projetado para zero, ou seja, uma economia que não desce, mas também não cresce.


CONSEQUÊNCIAS


Bem, vamos às consequências de tudo isso para a economia do Brasil. Sendo o Rio Grande do Sul responsável por 6% do PIB, com a economia concentrada essencialmente no agronegócio e exportações, o principal produtor de alimentos como arroz, feijão e carne, o impacto das chuvas pode ser significativo na inflação dos produtos alimentícios, principalmente os que compõem a cesta básica, afetando o bolso de todos os brasileiros, uma vez que o custo de vida já está bastante alto.


Com uma queda da inflação mais lenta em função de possíveis aumentos de preços, principalmente dos alimentos, a queda da taxa de juros também deve se comportar de maneira mais tímida, limitando ainda o crescimento da economia.


Ainda é cedo para poder quantificar todos os prejuízos potencialmente gerados por essas condições. Mas, a economia do RS provavelmente vai ceder a sua posição para o Estado de Santa Catarina que vem na quinta colocação no ranking nacional nos próximos anos.


O QUE FAZER


Estamos passando por um momento na economia de bastante cautela. Isto eu falo a nível mundial. Desde 2020 ainda não foi possível harmonizar o crescimento econômico e não diferente no Brasil. Os eventos climáticos extremos têm impactos significativos na economia. Por essa razão, você também deve ter muita cautela com as suas decisões que envolvem o recurso financeiro, seja no âmbito pessoal ou do seu negócio.


Como principal ação você deve ficar atento ao endividamento. Se necessário, e eu sei que muitas famílias e empresas do Rio Grande do Sul irão precisar recorrer a empréstimos e financiamentos, faça isso com muita cautela, pegando aquilo que é essencial para este momento.


Infelizmente estamos em um momento em que, se endividar, mesmo que para investimentos é um tanto delicado, exige muita cautela. A longo prazo então, é algo que eu sinceramente evitaria fazer.

Revise seus investimentos, avalie em quais setores o seu dinheiro está posicionado, se eles serão afetados por essa tragédia e quais os impactos. Depois, se necessário, reveja as suas posições, inclusive para aproveitar oportunidades futuras.


No campo das finanças, é necessário adotar algumas estratégias. Não se pode sempre “esperar para ver”.



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