Sabe que uma das coisas que mais me surpreendem é o fato de as pessoas e empresas não reconhecerem que existem riscos em seu ambiente de negócios.
Depois que me aprofundei no estudo de conceitos sobre a Gestão de Riscos e também tive a oportunidade de avaliar práticas relacionadas à Gestão de Riscos de várias organizações brasileiras fiquei mais perplexo com o pouco valor que as empresas dão para este tema.
Então, a pergunta é a seguinte: quando identificar riscos?
Uma das coisas que gostaria de ressaltar é que, mesmo que as empresas ignoram riscos, eles sempre estarão presentes, o que chamamos de riscos inerentes. Por exemplo, se você abrir um negócio próprio, um empreendimento, vamos imaginar uma padaria. Você terá riscos do negócio, como eventos de incerteza sobre a atuação do órgão regulador como a Vigilância Sanitária. De outra forma, existem riscos operacionais, aqueles que são essenciais do negócio, tais como falta de matéria-prima, quebra de equipamento, contaminação de um produto, entre outros.
O momento em que você ignorar, estará mais exposto aos riscos.
Muitas pessoas e negócios têm aversão a este tema, porém, não se dão conta de que, quando ignoram este tema, estão mais expostas aos riscos, aqueles inerentes ao negócio, como o exemplo citado acima.
Você pode imaginar uma viagem para a qual você não quer "atrair coisas negativas" e vai ignorar qualquer evento de risco. Imagine, você pode ter algum evento do tipo "atraso do avião", "furar o pneu do carro", "mudança climática". Mesmo que você ignore estes fatos, são incertezas que podem estar presentes na sua viagem dos sonhos. E, no momento em que ignorá-los, estará mais exposto aos eventos, sem haver nenhuma preparação. E, novamente vou reforçar: mesmo que você queira ignorar os riscos, eles estarão presentes na execução do seu plano.
Nada mais pode ser baseado no passado. Quais são as mudanças que estão afetando os seus negócios?
Você deve ter percebido que o ambiente está cada vez mais volátil, inclusive, os conceitos, por exemplo, até um tempo nós falávamos sobre o Mundo VUCA (Volátil, Incerto, Complexo, Ambíguo), hoje, já falamos sobre o Mundo BANI (Frágil, Ansioso, Não Linear, Incompreensível). A volatilidade nos trás uma certeza: de que nada mais pode ser baseado no passado.
As tendências demográficas, por exemplo, o envelhecimento da população, são mudanças que afetam nosso ambiente de negócios. Outras grandes mudanças são aquelas associadas à tecnologia, como exemplo, o avanço da inteligência artificial, o que exige novas competências de negócio, inclusive para os profissionais. E quantas empresas já foram afetadas por este avanço tecnológico? Você lembra de uma? Talvez você possa lembrar do Uber, um exemplo clássico, que afetou o setor do transporte coletivo, não só os taxistas, também o transporte urbano (ônibus, trem, metrô). Outro exemplo clássico, foi a falência da Kodak, uma empresa que estava consolidada na tecnologia que utiliza o filme fotográfico e foi engolida pelas câmeras digitais e, posteriormente, pelos celulares. Assim, temos vários elementos que estão se apresentando como mudanças e apresentam incertezas em nossos ambientes de negócio.
Por onde começar?
Então, existem no mercado vários instrumentos que orientam fundamentos, princípios e diretrizes para a gestão de riscos, como, por exemplo, a ISO31000 e COSO, principalmente, para atuar sobre riscos de prestação de informações financeiras por parte das empresas que os publicam ou, eventualmente, tenham ações na Bolsa de Valores, por exemplo.
1. Identificação das mudanças e incertezas do ambiente competitivo do negócio.
2. Definição do contexto de riscos.
3. Identificação dos riscos.
4. Análise dos riscos, utilizando a metodologia Bow Tie.
5. Avaliação dos riscos.
6. Tratamento dos riscos.
7. Monitoramento dos riscos.
8. Orientações para a implementação da gestão de riscos.
No desejo de bons negócios,
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